Sobre o fatídico dia do impeachment da presidenta Dilma, claro golpe combinado pela corja da câmara de deputados.
A
FARSA DOS DEPUTADOS
Autora: Anne Karolynne S. Negreiros
Em
2016
O
Brasil tava enfrentando
Um
momento delicado
Com
uma crise assolando
Não
só crise financeira
A
política brasileira
Parece
estar afundando.
O Brasil está em clima
De uma guerra civil fria
Extrema polarização
Fanatismo todo dia
Muito conservadorismo
Está levando ao abismo
A nossa democracia.
Partidos opositores
Demonstram imaturidade
Mídia manipuladora
Mostra parcialidade
Compartilham humilhação
Insulto, ódio, opressão
Com irresponsabilidade.
A Dilma intensificou
Famosos ajustes fiscais
Pra fazer caixa, apertou
As políticas sociais
Com a finança estreita
Assumiu pauta da direita
Só que não foi eficaz.
Temer, vice-presidente
Ou vice-decorativo
Preside o PMDB
E lá é bastante ativo
É acusado de conspiração
Ao governo, traição
Em momento decisivo.
E então os parlamentares
Fizeram uma sessão
Tendo em pauta o impeachment
Através da votação
A maioria disse “sim”
Ocasionando o estopim
Pra continuar com a ação.
O poder legislativo
Tem o próprio presidente
Com sua ficha imunda
E uma moral decadente
Na Suiça é cheio de conta
Esse Cunha muito apronta
Quando lhe é
conveniente.
Ele encabeça a câmara
Tem recorde em delação
De receber, em propinas,
Mais de 52 milhão.
Ele atende pela alcunha
De réu Eduardo Cunha
Mestre em corrupção.
Mas não é só esse Cunha
Que cheio de reticência
Mais da metade da Câmara
Na justiça tem pendência
Desde crimes na eleição
Até mesmo corrupção
É só ver na Transparência.
E foram esses deputados
Que fizeram a votação
Contra nossa presidente
No impeachment em questão.
As pérolas desse dia
Retratei em poesia
Com muita indignação.
Câmara de deputados
Fez uma grande palhaçada
Sambou na cara do povo
Com atitude depravada
Repleta de ironia
Cobriu-se com a fantasia
De bizarrice escancarada.
Foi um filme de terror
E com falso-moralismo
Onde eu vi demagogos
Pedindo, com “patriotismo”
Com a bandeira na mão
“O fim da corrupção”
Cheio de maniqueísmo.
Foi cinismo, desrespeito
Verdadeiro carnaval
Rebelião de hipócritas
Muita atitude banal
Teve ode a torturador
Intolerância, rancor
E desrespeito moral.
Deputado dedicou
Seu “sim” a um torturador
Fiquei sem acreditar
Naquele show de horror
O machista do Bolsonaro
Com canalhice e descaro
Todo o seu nível baixou.
Bolsonaro, que é racista
E exala xenofobia
Homenageia assassino
E que prega a homofobia
Ofendeu um deputado
Chamou ele de “veado”
No meio da agonia.
Ao insulto e agressão
Jean Wyllys respondeu
Olhou bem pro Bolsonaro
E uma cuspida lhe deu
O cuspe foi uma resposta
À homofobia exposta
E ele não se arrependeu.
Jean Wyllys, no seu voto
Falou de conspiração
Disse que aquilo era farsa
Conduzida por ladrão
Urgida por traidor
Com apoio de torturador
Ao golpe ele disse “não”.
Em meio a essa palhaçada
Um palhaço foi votar
Vestido de deputado
Tiririca estava lá
Mas o palhaço em questão
Tá sendo a população
Pr’essa Câmara zoar.
O que eu vi foi deputado
Com individualidade
Só falando em sua família
Ou em coletividade
Pelo seu próprio partido
Com discurso corrompido
Sem responsabilidade.
Deputada
Raquel Muniz
Exaltou
o maridão
“Prefeito
de honestidade
E
contra a corrupção”
Ela
disse: “O Brasil tem jeito”
No
outro dia esse prefeito
Foi
levado pra prisão.
O
prefeito Rui Muniz
Sabotou
os hospitais
Da
cidade Montes Claros
Norte
de Minas Gerais
A
fraude foi descoberta
E
então foi prisão na certa
Polícia
foi eficaz.
Com
o lema da “verdade”
O
seu voto dedicou
A Cristiane
Brasil
Seu
pai homenageou
Roberto
Jefferson, PTB
Condenado,
cabe saber
Que
o mensalão encabeçou.
A
verdade que ela pediu
Chegou
antes do esperado
O
partido PTB
Teve
os bens leiloados
Em
nome do pai e filha
Por
caixa dois em família
Como
foi investigado.
Veio
um homem falar bonito
Deputado
Veneziano
Mas
só que ninguém entendeu:
“Paroxístico”,
salvo engano
O que
danado isso é?
Tanto
homem, quanto mulher
Ficaram
se perguntando.
A
palavra curiosa
Deixou
gente encucada
Procurando
no dicionário
A
palavra mencionada
Saiu
até na TV
Ana
Maria, do Mais Você
Achou,
mas não entendeu nada.
Falando em discurso bonito
Que ocorreu nesse dia
Veio o Pedro Cunha Lima
Trazendo
uma poesia
Filho
de Cássio, cassado
Devido
a voto comprado
Foi
uma grande hipocrisia.
Conhecer o Parlamento
Foi um
choque pra o Brasil
É muito desqualificado
Como alguém jamais viu
Uma muvuca danada
Cartaz, bandeira, zoada
Muitas cobras num covil.
Um monte de deputado
Papagaio de pirata
Arrumado, bem vestido
Tudo de terno e gravata
Os defensores do “sim”
Pra aparecer na plim plim
Com uma cara de batata.
Mandaram beijo pra mãe
Pra esposa, filho, filha
Fizeram suas homenagens
Pra sua própria família
Só o que faltou fazer
Foi cantar “ilariê”
Com os bandidos da quadrilha
Usaram o nome de Deus
Em meio a tanta sujeira
Se aproveitando da fé
Da população brasileira
Com atos de covardia
Mutilaram a democracia
Corromperam nossa bandeira.
Se o Estado é laico
Como é que podem invocar
Argumentos religiosos
Para se justificar?
Eles agridem ao cristão
Com o nome de Deus em vão
Pra se beneficiar.
Poucos foram os que lembraram
Da verdadeira razão
Que é julgada no processo
O impeachment em questão
Essa é a prova cabal
Do interesse pessoal
Que lhes deu motivação.
Eles não me representam
Só trazem imensa vergonha
E a Reforma Política?
Eu quero que alguém proponha
Eu quero acreditar
Que ainda vamos melhorar
Pois o país ainda sonha.
SOBRE A
AUTORA
Eu sou Anne Karolynne
Pernambucana adotada
Nascida na Paraíba
Minha Campina Grande amada
Ulisses Filho, meu esplendor
Ulisses, meu grande amor
E eu sou a sua amada.
O cuidar é o meu lema
Enfermeira, a profissão
E a saúde mental
Minha especialização
Desde a infância, cordelista
Carrego veia de artista
Dentro do meu coração.