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O bordado
A minha infância foi
boa
De tudo, um pouco, eu
brincava:
Casinha, jogos, boneca
E, além disso, eu estudava.
Minha mãe, com sua linha,
Na varanda, à tardinha
Todo dia ela bordava.
Eu sentava perto dela
E, com curiosidade,
Indagava o que fazia
Com muita sagacidade
Mãe dizia: - Estou
bordando
Linha por linha passando
Com calma e simplicidade.
Eu me sentava no chão
De baixo, via o bordado.
Mas achava muito estranho
Via tudo atrapalhado
As linhas desordenadas
Eram feias e enroladas
Causando-me desagrado.
De cima, a mãe me olhava
E gentilmente sorria
Olhava pra o meu rostinho
Meu desengano ela via
“- Ainda não terminei,
Mas depois lhe mostrarei”
Era o que ela me dizia.
Certo dia, já de
noite
Sob um céu bem estrelado
Ainda lá na varanda
Segurando seu bordado
Minha mãe chamou a mim
Prontamente eu disse “sim”
E sentei bem ao seu lado.
Que surpresa que eu tive
Quando minha mãe mostrou
Que o traçado tão estranho
Belo desenho formou
Paciente, trabalhava
E assim ela terminava
Formosa flor que bordou.
Ao ver tão belo desenho
Eu fiquei emocionada
Disse: “- Mamãe, lá de
baixo,
A linha era bagunçada
Era uma só confusão
Bem desordenada, e então
Eu não entendia nada”.
Ela respondia: “-Filha,
No plano de cima havia
As mãos dessa costureira
Que um desenho seguia
De baixo, parece errado,
Mas eu conheço o bordado
Pois sou eu mesma quem
guia”.
Depois de passados anos,
Eu aprendi a lição
Nossa vida é um bordado
De baixo, uma confusão,
Mas Deus é quem está
bordando
Nossa vida está guiando
Garantindo a direção.
Anne Karolynne Santos
de Negreiros
Cordelista e enfermeira
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Fãs
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
CORDEL: O bordado
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LINDO O POEMA,LEMBRA MUITO A MINHA INFANCIA.
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