Fãs

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Faz de graça


- Vem se apresentar no meu evento pra gente divulgar você
- Faz um vídeo pra minha empresa, que muita gente acessa nossas redes e vai conhecer teu trabalho
- Olha, só não temos como pagar
- Você vem de graça, que a gente divulga você
- Seu trabalho é maravilhoso, só não temos como pagar
- É uma oportunidade pra você mostrar o seu trabalho
- A gente só não tem recursos para bancar a sua vinda
Quantas vezes na vida já escutei essas frases!
Durante minha trajetória artística já fiz e ainda faço vários trabalhos voluntários. Já me apresentei em prol de causas, eventos para arrecadar recursos para ONGs. Mas aprendi a identificar as iniciativas que não valiam a pena e as pessoas que tentam se aproveitar do talento para fortalecer seu evento ou sua marca, sem dar uma contribuição mínima.
Assim, aprendi a recusar convites de “aproveitadores do talento alheio” e a reconhecer meu valor. Estabeleci um valor para cachê e, agora, quando sou convidada para algum evento, informo o valor do cachê, que pode ser ajustado de acordo com a situação. Mas me submeter a situações de exploração, para ir a eventos sem a oferta mínima de transporte, alimentação e cachê, não faço mais isso.
Prossigo minha carreira artística fazendo alguns trabalhos voluntários de minha escolha, mas não caio mais na lábia de empresário que chama pra fazer apresentação gratuita a troco de divulgação. A divulgação quem faz somos nós mesmos, em nossas redes sociais, e nos eventos que somos valorizados. Fora isso, divulgação é balela.
Precisamos reconhecer nosso valor.

Anne Karolynne
Poetisa e enfermeira
@cordelpersonalizado


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