Vídeo contanto meu relato: https://www.youtube.com/watch?v=iLihIK93DM8&list=UUZfjM1ejlQU2wgsnUDXanxg
O meu relato de parto parece um
conto de fadas, com direito a cenas de tensão, dor, emoção, aventura, recheado
com ocitocina, ao som de uma trilha sonora personalizada e tem como desfecho um
lindo príncipe, que veio para encantar todos ao seu redor. Neste conto, só não
têm aquelas bruxas malvadas, pois todos os personagens são fadas e anjos de
luz, que semearam a bondade durante toda a trajetória.
Tudo começou na manhã de 15 de
dezembro, com a chegada das primeiras contrações. Elas começaram a ficar
ritmadas e resolvi ir para a maternidade, com meu tio Santos, meu pai, minha
irmã e meu marido. Quando fiz avaliação obstétrica, ainda estava com 1
centímetro de dilatação, então voltei para casa e fiquei curtindo o início do
meu trabalho de parto. Após um longo e doloroso dia, na manhã do dia 16 já
estava com contrações bem mais intensas e, à noite, ninguém em casa tinha
dormido de preocupação, meus pais, irmãos e marido ansiavam para que eu fizesse
uma nova avaliação. Novamente fui à maternidade,achando que já estaria com
dilatação completa. Para nossa surpresa, eu ainda estava com pouco mais de 3
centímetros. O médico sugeriu internamento, mas resolvi que preferia esperar
com minha família para que houvesse maior evolução; então eu, minha mãe, irmã e
marido fomos ao Parque da Criança para que eu pudesse caminhar, respirar o
oxigênio das árvores e estimular naturalmente o trabalho de parto (TP). Foi muito gostoso esse momento com eles e,
apesar das dores, sentia-me bem acolhida;porém, uma crise de vômitos me
ocorreu, fiquei fraca e fui socorrida por uma equipe de SAMU; os socorristas
pensavam que minha bolsa havia estourado e já vieram preparados para fazerem
meu parto lá mesmo, mas ainda não era o momento. Solicitaram que a ambulância
me levasse novamente à maternidade, onde o médico indicou meu internamento,
esclarecendo que o TP poderia evoluir rápido; assim, minha mãe me acompanhou
para a sala pré-parto e revezou a assistência com minha irmã. Durante o dia, fui
conhecendo os profissionais que me acolheram e compartilhei com eles o meu
grande desejo: um parto natural, humanizado e sem intervenções. Recebi todo o
apoio da equipe, e me encantei com a bondade da fisioterapeuta Amara, que
esteve sempre ao meu lado; enfermeiros e técnicos de enfermagem me deram todo o
suporte necessário e o professor de Emanoel, juntamente a um grupo de estudantesde
enfermagem da UFCG,fizeram toda a diferença em meu acolhimento. Quando vinham
as dores, eu tinha as mãos amigas de minha mãe ou irmã para me acalentar e dar
forças; meu marido ficou o dia inteiro na espera da maternidade, preocupado e
pronto para estar a qualquer momento na sala de parto comigo, para a chegada do
nosso filho... mas isso não aconteceu. O dia inteiro de dores, exercícios
respiratórios, caminhadas, orações e Ulisses Filho ainda não estava pronto para
vir ao mundo. A madrugada foi muito difícil; em casa, meu pai e irmão oravam
por mim, pela internet todos os amigos se solidarizavam, enviando mensagens de
carinho; familiares e amigos, inclusive minha tia, que mora no Canadá, ligavam à
procura de notícias, mas eu continuava no meu longo processo de TP.
Nesse contexto, os profissionais
divulgaram a música que compus para o bebê, e houve até um momento em que fui
entrevistada pela enfermeira Laudeci, que se encantou pela música e passou a
registrar vários momentos do meu TP. A manhã do dia 17 chegou e me veio uma
alegria: era o plantão da dra.Bianka, uma obstetra que vinha me dando muita
assistência pela internet, inclusive apoiando também meu marido, que estava em
muito sofrimento por toda essa expectativa. Dra. Bianka sabia que eu queria um
parto humanizado e estava disposta a fazer tudo para garantir que eu o tivesse.
Fez minha avaliação junto aos estudantes de medicina da FCM e, sob meu consentimento,
estourou minha bolsa. As contrações aumentaram, recebi assistência dos
estudantes de fisioterapia da Universidade; o fisioterapeuta Décio esteve
comigo em todos os momentos, recebi assistência de duas doulas e minha irmã e
mãe não me deixavam sozinha nem um segundo. Meu marido continuava esperando na
recepção da maternidade; foi permitido que ele viesse me ver e, quando eu já
estava quase sem forças, seu abraço e carinho vieram fortalecer minhas energias
e reafirmar minha vontade de parir. Todos respeitavam meu desejo de um parto
natural, eu já havia feito exercícios nas bolas de Pillates, banho morno,
caminhadas, agachamentos, exercícios pélvicos, e nada... então a dra.me sugeriu
uma dose extra de ocitocina. Eu aceitei, mesmo assim o bebê ainda não conseguia
o encaixe para o nascimento natural. Então, em meu último banho, assistido por
minha cunhada Riane e, após termos orado para o anjo da guarda de Ulisses
Filho, a dra.Bianka conversou comigo sobre a realização de um parto Cesário. As
minhas energias ainda estavam concentradas para trazer meu bebê de forma
natural, mas não era dessa forma que Deus havia planejado o desfecho desse
parto.Assim, recebendo as vibrações positivas de todos os meus familiares e
amigos, através de orações, finalmente me encontrei com meu marido na sala de
cirurgia e, segurando sua mão, ao som da música que compus, ouvimos pela
primeira vez o som da voz do nosso bebê, meu tão amado e esperado Ulisses
Filho.
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