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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Chico Xavier: Biografia em versos

Chico Xavier: Biografia em versos
Autora: Jucilene Santos de Negreiros 

Campina Grande/ PB- Fevereiro de 2010





Francisco de Paula Cândido

Foi o nome de batismo

Do homem que divulgou

Pelo mundo, o espiritismo

Modificou o sobrenome

E foi homem de renome

Por sua fé e altruísmo.



Então o divulgador

Passou a ser conhecido

Como Chico Xavier

Homem bom e destemido

Por onde ele passou

Fez amigos e ficou

Por todos muito querido.



Pedro Leopoldo foi

O local do nascimento

1910

O ano desse evento

O mês abril, dois o dia

Em que o mundo recebia

Um ser de muito talento.



Certo dia, aos quatro anos,

Chico os pais assustou

Palavras da medicina

O menino mencionou

A espiritualidade

Já aflorou nessa idade

Tão cedo se revelou.



Quando tinha cinco anos

Sua mãe ele perdeu

A família separou-se

Foi isso que aconteceu

Oito irmãos ele tinha

Foi morar com a madrinha

Quando tudo aconteceu.



Então ali começava

Dois anos de sofrimento

Pois a madrinha, nervosa,

Tinha um mau temperamento

Por tudo ele apanhava

Mas nunca se revoltava

Aguentava o tormento.



Pedindo ajuda a Deus

Rezava, sempre chorando.

Pedindo que seu martírio

Fosse aos poucos suportando

Então Deus o atendeu

Pois um dia percebeu

Sua mãe pra ele olhando.



Com a mãe desencarnada

Chico enfim desabafou

Feliz, foi para casa

Para a madrinha contou

Inocente não sabia

Que não acreditaria

E uma surra ele levou.



Seu consolo era a mãezinha

Com quem sempre conversava

Ela, muito paciente,

Muitos conselhos lhe dava

Falava de uma missão

De fé e resignação

E em paz ele ficava.



Na barriga, o menino

Levava até garfada

O que veio a causar

Uma hérnia estrangulada

Teve até que lamber

Mesmo sem ele querer

Uma ferida infectada.



Chico ficava em jejum

Era um castigo aplicado

A madrinha tão malvada

Chama-o de aluado

O padre mandou um dia

Rezar mil ave-marias

Para curar seu pecado.




Quando tinha sete anos

Seu pai de novo casou

Com uma mulher muito boa

A quem Chico se apegou

A partir daí então

Acabou a aflição

Pois surras não mais levou.



Quando tinha dezessete

Resolveu que deveria

Conhecer o espiritismo

Aprofundar o que sabia

Assim o dom aflorou

E Chico então começou

Sua psicografia.



Mais tarde ele conheceu

Seu guia espiritual

Emmanuel, seu companheiro

E amigo fraternal

Obras pra Chico ditou

E ele psicografou

Com destreza sem igual.




O mentor então falou

Que eles tinham uma missão

E perguntou logo a Chico

Se aceitaria ou não

Chico disse que queria

Mas que ainda não sabia

Se tinha essa condição.



Então Emmanuel disse

Para cumprir sua sina

Bastam apenas três coisas

A primeira é disciplina,

E as outras duas são

Digo sem enrolação

Disciplina e disciplina.



Mais de quatrocentas obras

Chico psicografou

Mas fez questão de dizer

Que não era o autor

Era instrumento de Deus

Que usava os talentos seus

Pra difundir o amor.



Parnaso de além- túmulo,

Sinal Verde e Irmão ,

50 anos depois,

Renúncia, Libertação,

Nosso lar e Algo Mais

Há dois mil anos e Paz,

Refúgio, Inspiração.



Durante toda a vida

Chico muitos ajudou

Levou consolo aos aflitos

Ajuda nunca negou

Chamado de santo ou louco

A todos doou um pouco

O que de graça ganhou.



No sentido figurado

Também lambia ferida

Muita gente o procurava

Esperando ser ouvida

Buscando consolação

Nas palavras desse irmão

Que sempre dava acolhida.



Se a luz dos olhos da fronte

Aos poucos foi se apagando

Sua luz interior

Foi mais e mais aumentando

Em prol da humanidade

Este anjo de bondade

Estava sempre ajudando.



Conforme alguns amigos

O que Chico mais queria

Era não causar tristeza

Quando chegasse seu dia

Queria que no momento

Houvesse um grande evento

Que trouxesse alegria.



No ano de sua morte

O futebol brasileiro

Tentava ganhar o penta

Derrotar time estrangeiro

Contra a Alemanha jogou

E a taça conquistou

Por ser um time guerreiro.



2002 foi o ano

30 de junho então

O Brasil estava em festa

Por ser pentacampeão

Mas quando Chico morreu

O povo se entristeceu

Houve grande comoção.



Com a mesma idade que o pai

Tinha ao desencarnar

Chico, aos 92 ,

Veio então a nos deixar

Mas seu legado ficou

E a semente que plantou

Irá longe se espalhar.



Tem uma linda frase sua

Diz mais ou menos assim:

Não dá pra voltar atrás

Fazer um começo, enfim,

Mas se começar agora

Com certeza, sem demora,

Pode fazer um novo fim.



Este é um belo recado

Que ficará na lembrança

Deixado por nosso médium

Que sofreu desde criança

E quando desencarnou

O exemplo que deixou

Foi de fé e esperança.








Nota sobre a autora
Jucilene S. Negreiros
Jucilene Negreiros é professora de Língua Portuguesa,  e escreve poesias, especialmente Literatura de Cordel, desde a adolescência. Mãe de três filhos e com um neto em andamento, a poetisa versifica sobre a vida, Deus, escreve biografias e poesias temáticas, utilizando a estrutura e métrica da literatura de cordel, poesia nordestina.




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