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sexta-feira, 9 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER: QUESTÃO DE MERECIMENTO


Deixando a hipocrisia de lado, pensar como escrever o texto desta semana foi uma tarefa consideravelmente árdua: ontem (08/03) foi o Dia Internacional da Mulher, uma das datas mais importantes do calendário brasileiro, visto que, apesar de não ser feriado, pode ser equiparada ao Dia das Mães.

Em matéria repercussão, muito do que temos visto, em jornais e revistas impressos, telejornais, programas televisivos de auditório, de debate, de esportes, de fofocas, na internet e nos mais variados veículos de comunicação, diz respeito, faz homenagem e referencia o sexo feminino. Além da mídia, diversas instituições (empresas, associações, escolas, instituições públicas, etc.) adotaram uma programação especial para homenageá-las. Dito isto, temi pelo tamanho da minha responsabilidade.

Pensando um pouco na mulher em relação à História Ocidental, especialmente no Brasil, os fenômenos do século XX (industrialização, êxodo rural, invenção e popularização de métodos anticoncepcionais, lei do divórcio, liberação do voto  feminino e da participação da mulher na política, entre tantos) significaram muito mais do que a transformação de mulher/mãe para mulher/mãe/profissional/eleitora/autoridade. Estes fenômenos tentaram devolver o certificado de cidadã à mulher, que há muito tempo, foi-lhe tomado indignamente por uma aristocracia patriarcal brasileira.

Alguns machistas, tanto homens quanto mulheres, remanescentes da velha aristocracia patriarcal, culpam as mulheres por diversos desdobramentos subseqüentes àqueles acontecimentos e relacionados ao enfraquecimento da família. São alguns deles: o aumento da criminalidade, o aumento de abortos provocados em adolescentes, de crianças e bebês ignorados por mães despreparadas, de assédios sexuais, etc.

Particularmente, acredito numa infâmia dissimulada por uma ideologia ainda dominante, visto que os maiores responsáveis pelas desestruturações, desvios de conduta e quebra de algum valor moral se deu porque os machistas não foram (e ainda não são) capazes de assimilar o avanço da autonomia da mulher e a necessidade constante de serem representadas, para que suas conquistas não sejam perdidas ou se percam seus sentidos.

Em outras palavras, o psicólogo Rafael Raffaelli, em sua pesquisa de doutorado observou em suas análises que os maiores entraves para um casamento perfeito figura em questões como a esposa trabalhar e ganhar mais que o marido e ela não abrir mão da sua vida social após o matrimônio. Assim, o próprio homem (e muitas vezes as mulheres também) não consegue compreender e aceitar tal situação, e por isso, talvez origine daí as mais diversas reações: negação de sua participação na educação dos filhos, constantes violências físicas e simbólicas e infernização do lar.
Não procurei pensar em palavras repetidas, que viessem a expor uma homenagem automática e obrigatória por um dia marcado no calendário, mas procurei entender um pouco dos porquês de valorizarmos esta data. É para compensar injustiças e preconceitos acumulados, é verdade, por isso que um dia é o mínimo que fazemos para honrar todo um século feminino. Parabéns a todas as mulheres!




Para conferir mais textos sobre Psicologia e afins, acesse o blog do Psicólogo Ulisses, ou na lista de links do Blog do Melqui.




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