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terça-feira, 9 de abril de 2013

Arteterapia e pessoas com deficiência

A arte atua de forma diferenciada em cada indivíduo, mas não são as belíssimas obras terminadas que tê valor terapêutico, nem a sua qualidade estética, pois é na atividade criadora, nas cores, sons, e formas que trazem à tona o que se passa no universo interior de cada ser.

A arteterapia possibilita estimular a criatividade e a autoestima de pessoas que, muitas vezes, sentem-se excluídas, marginalizadas e inferiorizadas perante os outros. É através da expressão de seus sentimentos e emoções que os temas mais subjetivos vão sendo trabalhados através da arte.

E, segundo Santos (2007), o mundo da arte combinado com a terapia ajuda o indivíduo a exteriorizar seus afetos e suas dificuldades, facilitando o processo de aprendizagem e construção do conhecimento. Muitas vezes, a própria presença tranquila e amena do arteterapeuta, sempre pronto para ouvir, já facilita o processo de aprendizagem, permitindo dar uma forma simbólica aos seus afetos não-verbais, seus desejos, fantasias e imagens, que caracterizam uma maneira primária de pensar e codificar experiências pretéritas.

Muitas pessoas pensam em atividades complexas e que precisam de uma habilidade artística aguçada para um trabalho efetivo, todavia, para que a arteterapia tenha resultados positivos, o trabalho artístico deve possibilitar do efeito de atividades simples, como impressões visuais táteis, como deslizando-se a mão coberta de tinta, deixando traços sobre ela ou espremendo-se argila entre os dedos, modelando-a para construir figuras e objetos. Com materiais variados, pode-se aprender sobre diferentes texturas, formas, tamanhos.

Diferentemente de oficinas de artes tradicional, que prevê produtos finais esteticamente agradáveis a serem julgados por padrões externos, a arteterapia tem o objetivo de expressão pessoal, para demonstrar sentimentos, e este tipo de comunicação é acessível a qualquer pessoa, e não apenas aos que são dotados de talento.

Em se falando de pessoa com deficiência, que, muitas vezes, tem dificuldade até mesmo em se expressar verbalmente, ela pode dizer muito mais através das cores que escolhe e da liberdade com que faz seus trabalhos, na medida em que desenvolve sua capacidade de controlar seus sinais, podendo dizer mais de si mesma através de sua arte. Assim, o facilitador deve sempre estimular a expressão, seja ela verbal (fala, linguagem), ou não verbal (desenho, pintura, música, modelagem, teatro, dança).

Uma pesquisa feita por Valladares e Novato (2001) demonstra que outra forma de se trabalhar com arteterapia é construindo objetos, pois este tipo de atividades trabalha com o equilíbrio psicológico e colabora no despertar de valores, no desenvolvimento motor, intelectual e social, auxiliando no crescimento afetivo, psicomotor e cognitivo, pois permite a criação, a experimentação, o que gera o prazer de novas descobertas e uma forma mais satisfatória de se expressar e de se comunicar, uma vez que o adolescente sente dificuldades em se expressar verbalmente.

Materiais que podem ser utilizados na arteterapia: lápis de cera, tinta guache, tinta acrílica, tinta à óleo, argila, variados tipos de papéis, mosaico, fitas, laços, colas, tecidos, materiais reaproveitáveis, entre tantos outros.

REFERÊNCIAS:
SANTOS, Maria Dalva Rabelo dos. A arteterapia trabalhando para resgatar o aspecto saudável da criança, possibilitando-lhe ver-se como pessoa inteira e competente, valorizando a arte na escola. Universidade Cândido Mendes. Especialização em arteterapia, educação e Saúde. Niterói, 2007. 43 fls.

VALLADARES, Ana Cláudia A.; NOVATO, Ana Cristina R. S. - Aspectos transformadores da construção em arteterapia com adolescentes. Revista Eletrônica de Enfermagem (online), Goiânia, v.3, n.1, jan-jun. 2001.

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