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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ser Pente

Sem saber se seria sábio
Assumir a solidão da sarjeta
Sentindo o suor sair de seu ser
Sem meta, sem rumo
Sem direção, sem nobreza
Senta-se o velho soldado
Sua sina é padecer na incerteza.


Allan Garcez, Anderson Grey, Jucileide Medeiros
“Poemas de uma noite sem estrelas”


Este poema foi escrito por minha tia, seu marido, e meu primo. Achei de uma riqueza estética e conteudística deslumbrante. As palavras parecem seguir seu ritmo suntuoso, suavizando o pensamento, sem pestanejar. Perfeito, eu diria.

O comentário de uma das autoras foi bem interessante: "Muito profundo, podemos sentir a sinuosidade do "s" nos versos, como a simulação do som de uma serpente, animal geralmente associado a morte traiçoeira. "Ser pente" também me remete a um outro pensamento: o pente era uma parte integral da arma de fogo, assim como o soldado. Nesse caso, o soldado se compararia à uma arma, transformando-se no próprio objeto que traz a morte, por isso sua solidão e incerteza." Jucileide Dos Santos Medeiros 

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